sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pagina em branco

Pagina em branco.
Momento pra pensar.
Nem sei o que, pois não tenho tempo pra isso.
O que é o tempo pra você?
Pra mim?
Relógio voando! vida passando, dias indo embora, vida que não para, mas eu parei.
Me movimento, a todo instante, mas é energia gasta no vácuo, no nada.
Nada que me diga respeito, nada que seja eu mesma.
Só uma pilha dos antigos papéis, que agora cabem todos numa pequena caixa preta, chamada computador.
Me perdi, não mais me achei.
Achei que sabia o caminho, mas a estrada de tijolos amarelos sumiu, desapareceu.
E eu? fiquei perdida. Não há setas, não indicações, não há nada.
Só pessoas, que passam por mim, e eu por elas. Assim, como quem caminha a esmo, com a maré, com a boiada.
Eu costumava saber, saber pra onde ía, porque ía, e como ía chegar lá.
Novamente, me perdi.
Agora eu não sei mais, sei mais de nada.
Parei. Parei no tempo. Por um minuto, me perdi em Moby. Me perdi no tempo que ele me trouxe de volta.
Sensações de esperança, de caminhos abertos, de possibilidades.
Onde estão agora? porque não se abrem? porque fogem de mim?
Está frio, mas dentro de mim um estranho calor. Calor da lembrança, de um tempo que (sei) não vai voltar. Nada vai.
Agora me lembro como era ser quase dona da noite, ou me deixar ser refém dela. Sem saber como ia ser, como ia terminar. Talvez dor de cabeça, talvez tristeza e solidão, vazio, mas sobretudo, as possibilidades, possibilidade de descobrir por mim mesma como iam terminar.
Agora não, impotência, é só o que vejo.
Pra onde você vai? porque? porque talvez eu pegue uma carona. Talvez o seu caminho seja mais divertido que o meu, talvez aquelas tais possibilidades venham te visitar, e quem sabe eu tenha a chance de encontrá-las, assim, como quem pega o rabo de um cometa, e sai da órbita, e vai pra longe, e não sabe o que vai encontrar.