sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu queria....

Eu queria ser poeta, saber dizer todas as coisas que eu não sei dizer, mas sei que elas estão lá, em algum lugar, em alguma parte de mim. Eu queria fazer uma declaração pra você, pra expressar tudo o que sinto, quando você está, e quando você não está por perto.
Eu queria ouvir um Noturno de Chopin e saber sentir o que há de tão especial e genial nessa música, que atravessa os tempos encantando a todos, sem nunca envelhecer.
Eu queria ser menos inquieta, menos estando parada num só lugar.
Eu queria um dia saber que tudo ao meu redor é uma ilusão relativa, que tudo isso só existe com a finalidade maior de que eu me liberte.
Eu queria saber o que é a liberdade verdadeira, o que é não ter amarras, o que é ser um sendo tudo.
Eu queria sentir o perfume das rosas, ainda que elas não estivessem lá.
Eu queria saber dançar uma coreografia inteira, sem me preocupar se os passos e os movimentos estão perfeitos, somente deixando a dança me levar.
Eu queria amar a Deus e amar a tudo, sem reservas.
Eu queria olhar e não julgar.
Eu queria ter um trabalho, sem ter que ir lá trabalhar, mas ir lá viver. Eu queria olhar as 8 horas do dia sem pensar em querer que aquele tempo passasse logo, pra que eu possa voltar e ver a vida passar.
Eu queria ver através do meu olho espiritual, com a naturalidade de quem olha o mundo ao redor.
Eu queria sentar e meditar, por 8 horas seguidas ou talvez mais, sem pensar nas demais opções que tenho pra gastar essas mesmas 8 horas.
Eu queria não me preocupar, mas ainda ter a certeza de que tudo vai dar certo.
Eu queria saber que eu sei, o que sei e o que não sei.
Eu queria saber que posso, que posso ser mais do que ter.
Eu queria acordar todo dia e sorrir para a vida, sorrir para Deus, sorrir para a criação, com a naturalidade de uma criança, que acorda todos os dias para as descobertas da vida.
Eu queria lembrar a todo segundo que há algo mais, sem ter que realmente lembrar disso.
Eu queria não ser assediada pelo mundo material a todo instante, suas imagens e requisitos (enquanto tento escrever esse texto já tentaram me vender um apartamento e novas tecnologias de celulares, numa sexta-feira às 9 da noite)
Eu queria saber, com toda a pureza da minha alma, que é preciso buscar a finalidade primordial da vida, e saber exatamente como chegar lá.
Eu queria saber viver com e sem você. Mas não queria viver sem você, meu mundo, minha calma, meu motivo, minha alegria.
Eu queria saber que tudo isso é passageiro, e dar o peso certo a cada coisa.
Eu queria entender o que é a origem de tudo, e voltar pra lá, onde deve ser calmo e tranquilo, com uma luz radiante e infinita, onde tudo é leve e constante.
Eu queria saber ter sempre palavras leves e bonitas, e que somente elas saíssem da minha boca ou cruzassem o meu pensamento.
Eu queria não pensar sempre no amanhã, queria saber viver melhor o hoje.
Eu queria não saber que o dia significa movimento e a noite hora de dormir.
Eu queria saber ser melhor, mesmo quando você não está por perto.
Eu queria saber quem sou, quem de fato te escreve essas palavras, quem é aquela que vejo quando olho no espelho, mas que não está visível aos olhos materiais.
Eu queria saber como só ser.
Tem tanto que eu queria saber...