sábado, 10 de novembro de 2007

Semana estranha

Essa semana foi estranha. Semana de emoções conflitantes, quando nosso coração parece um turbilhão de sensações, lembranças e saudades. E quando a gente se sente assim, é difícil identificar uma causa única, pois esse estado de emoções simplesmente turvam a sua visão e ficamos mais frágeis. Tudo nos afeta mais e a já não sabemos mais como tudo isso começou, nem o que é causa e consequência, e nem mesmo quando um passou a ser o outro.

Salvador tem esse poder estranho, traz sempre consigo um sentimento profundo de nostalgia, acompanhado de uma alegria com data certa pra acabar, que é quando pegamos o avião de volta às nossas vidas e deixamos pra trás aqueles que amamos, pra encontrar outros que também amamos.

É como se a nossa vida, ao longo dos anos, se transformasse numa colcha de retalhos formada por aqueles que amamos mas que não estão fisicamente perto de nós todo o tempo. Foram dias maravilhosos, serenos e tranquilos, iluminados pelo sol e céu azul verdadeiramente abençoados, como só Salvador sabe ter.

Mas a minha viagem teve como motivo principal a saudade, a vontade de rever as pessoas que mais amo, e também uma despedida. Fui ali ver meu irmão, que em breve partirá em uma viagem longa e incerta. Viver longe dele já é naturalmente difícil, mas o dia a dia acaba por nos absorver tanto que ficamos anestesiados e somos acometidos de esquecimentos temporários. Mas saber onde ele está, com quem está e que, de certa forma está em um ambiente seguro, e que se a saudade apertar é só pegar um avião e correr até ali, ah! isso é uma coisa. Outra coisa é viver na incerteza de quando nos falaremos ou nos veremos novamente, sem saber que dificuldades ele vai encontrar no caminho e por quas situações vai passar.

Meu coração dói, verdadeiramente, como poucas vezes senti acontecer. Como somos frágeis, e como ainda não aprendemos a amar da forma mais ampla e pura. Queremos ter as pessoas ao nosso redor, se dependesse de nós elas não partiríam nunca! E o apego a elas é algo difícil de controlar.

Tento dizer a mim mesma que o importante é que cada um seja e esteja feliz à sua maneira. E que não podemos ou devemos tentar interferir nesse processo. Quanto maior é o amor, maior deve ser a liberdade concedida àqueles que amamos.

Mas nem por isso consigo nesse momento remendar meu coração. A gente vai aprendendo, nessa escola chamada vida, que a única saída é levarmos a quem amamos dentro de nossos corações.

Amar, amar, amar, do jeito que der, como puder. Mas sempre!