sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Universo Paralelo

Ontem eu estava pensando (é, pode rir, mas isso de vez em quando realmente acontece) ...e acho que encontrei a melhor definição para a minha, no mínimo, estranha forma de vida: nesse momento posso dizer que estou vivendo num Universo Paralelo.

Eu vivo no Brasil, tenho a minha casa, minha vida, meus amigos e minhas coisas. Mas de vez em quando eu me ausento, e nesse momento mergulho num universo paralelo. Esse universo se mantém conectado ao meu mundo real, o de origem, por uma linha telefônica, por uma voz amiga, por um email contando como vão as coisas no Brasil. Nesses momentos não estou nem lá nem cá, tô exatamente no meio do caminho, quase virando um "package" qualquer desses que são transmitidos pela internet - em partes separadas.

Aí o tempo vai passando, e o universo paralelo vai se tornando a realidade. Vou me acostumando com as pessoas e lugares, e passo a aceitar a situação que se coloca à minha frente, e encará-la como mais um dia na minha vida. Chega a um ponto que acho que as coisas começam a se inverter um pouco. E aí é a hora de se perguntar: mas peraí, onde é que ta minha vida mesmo? A que lugar eu pertenço? E logo depois me pergunto se tudo isso é uma questão geográfica somada a diferenças de fuso horário, ou se a mudança é mesmo dentro da cabeça.

(ainda sem respostas)

Chegou a hora de partir, vou deixar meu universo paralelo particular e retornar à minha vida. Isso soa até engraçado, porque até parece que a vida da gente fica suspensa, como se a gente desse um tempo de viver, do tipo quando se diz: “esse tempo não conta ta?”, como se o relógio ficasse parado esperando a gente voltar. As barreiras invisíveis entre o mundo real e o universo paralelo é algo que ainda não consegui decifrar. Às vezes queria que tudo se resumisse mesmo a uma questão de mexer no ponteiro do relógio. Mas tem algo mais aí, algo que com certeza afeta alguma das inúmeras partes do nosso cérebro que ainda não conhecemos.

Tento relaxar e dizer pra mim mesma que “vou ali e volto já”. Ah se fôssemos tão simples assim...